Gatabaia

"Se procurarmos a verdadeira fonte da dança e nos virarmos para a Natureza verificamos que a dança do futuro é a dança do passado, a dança da eternidade, que sempre foi e será a mesma." Isadora Duncan (1878-1927)

27 agosto 2019

História de Amor

Porque nos buscamos e procuramos e não sabemos onde nos encontra sou feliz e sei que a felicidade é algo indizível … poderei ter momentos de felicidade, estar em sítios que me fazem feliz, sorrir e chorar desta felicidade que busco fora de mim e virá tudo de fora de mim e quando são coisas feias, lá se foi a felicidade e vem o desespero e tudo o que rime com feio menos a dor a dor não é feia a dor leva-me a pastagens como à ervanária e cura-me. A dor de corpo e de alma.
A felicidade é um estado é uma alegria é mansa é duradoira não murcha e coabita com o feio amando-o e ainda que morram crianças e arda a amazónia, que doa o coração e sangrem os olhos, a alegria torna-se numa alegria gasosa que tudo envolve e anima.
A felicidade tudo transforma na certeza de que tudo o que dói cura na certeza de que a verdade dói, cura e leva ao Amor.

Amor de embalar as árvores os animais as crianças o mundo num ninar de criança ao colo do Amor, vai passar … tudo passa dorme, dorme … como a mãe triste por não saber tirar a dor de dente, barriga ou alma ao filho mas o tem aninhado nos braços e o conforta com Amor e canta enquanto chora com o filho porque sabe que vai passar; quando? Não depende dela, dela apenas depende dar amor até que o Amor maior a venha substituir e seja pleno. E quando o Amor diz ser feliz e estar alegre, ainda que pingue sangue, é Verdade.




22 setembro 2011

Aristides Pereira

Estou triste!
Porque a partida do Aristides Pereira me deixou triste.
Lembrou-me Amílcar Cabral e imensas histórias que tinha no baú da adolescência.
Pelo que ele representou para os meus países e para os meus pais.
O fulgor da luta por um ideal certificado na candura de acreditar ser possível reabilitar a humanidade, fraternalmente.
Fiquei triste porque também fiquei morrida algures.
A nostalgia fica-me ao ser obrigada a pensar no meu pai e por saber que a morte nunca se aprende ou prepara. Enche-se o vazio com saudades e lembranças.
Descanso eterno lhe seja merecido.
Somima

06 janeiro 2010

Racordai


Hó mnins hó que sódad, hó que mánha.
Nhã Son Silvestre de Sonia Morais tâ um doçura di térra.


"Fui sempre uma adepta fervorosa de Bandas. Era bem novinha quando travei conhecimento com A Banda de Chico Buarque de Holanda e adorei (como adoro toda a poesia desse fabuloso compositor) a letra dessa Banda que acorda a gente comum da sua vida sofrida e as faz sonhar…

Sr. São Silvestre, mandóns bem li ness casa
Ali ness casa do senhor e da senhora

Dia 1 de Janeiro, Praça Nova, 8 horas da manhã, uma pequena multidão de jovens continua na praça a festa que terminou nos hotéis. Todos os bailes vão ter à praça, um trio eléctrico com batucada circula à volta, ninguém parece ter a mínima intenção de arredar o pé.

Desço à procura da Banda, ouvi ao longe uns acordes, achei que já estavam na praça. Nada. Vejo o Djessa a subir, viste a Banda? Não, também estou à espera, devem estar ainda na Che Guevara. Subimos a rua 5 de Julho e lá em cima, nada. O Djessa resolve perguntar aos polícias que estão à porta da Estação. Desceram por ali. Impossível, digo eu, teria ouvido, devem estar bem longe. Aparecem mais duas amigas, à procura, depois outra. O Djessa, que é fadigado, pede uma boleia, afinal estão ainda em Chã de Cricket. Esperamos um bocado e finalmente aparece a Banda com um punhado de gente atrás.

Eu quero saber se a senhora é mulher honrada
Pra correr mão lá na chave de bom baú


Beijos, abraços, Feliz Ano…As pessoas abraçam-se, dançam, por enquanto é tudo gente que dormiu uma noite de sono, alguns como eu, até já tomaram café. Vamos prosseguir pelo Alto de São Nicolau. Dois jovens tomam o comando, vão indicando o caminho. Alguns elementos da Banda vão tocando às campainhas e recebendo envelopes. E muitos dos que abriram as janelas, saem e vêem juntar-se ao grupo. Já somos uma boa vintena.

Pra retirar uma oferta grandiosa
Pra repartir com os nossos companheiros


Alto de São Nicolau é zona forte, vale a pena fazer a volta completa. O grupo continua a aumentar, todo o mundo canta a plenos pulmões, somos já uma pequena multidão. Muitas pessoas estão atrás das janelas, à espera. Pensava que já não vinham, reclamam…Na minha praceta há uma pausa. Pedem-me água, dou um pé de corrida e vou a casa buscar um boião e uns copos descartáveis. Aproveito para filmar um pouco. Ofereço uma cervejinha gelada a algumas amigas. Descemos para a Praça…

Ó dá ó dá se bô ti ta dá
Se bô ca ti ta dá dze nôs que nô ti ta bá


São já 9,30, pensava eu que a juventude tivesse finalmente arreado, mas qual… Estão todos, mas todos, na Praça, á espera da Banda. É inacreditável! De repente caímos no meio da bagunça, somos completamente engolidos pela multidão de jovens que quase abafam o som da banda. Perco-me da malta da minha camada. Mais abraços, mais beijos, mais votos de feliz ano. As pessoas transbordam de alegria e felicidade, acreditam mesmo que o Ano Novo vai ser bom, vai trazer saúde, amor e paz, desenvolvimento, chuva, trabalho, enfim… os votos são sinceros, há um sentimento de esperança e sonho nos rostos.

E obrigada por esta festa grandiosa

Continuamos a subir. Acreditem ou não, agora somos largas centenas. Rua João Machado acima, chegamos a Fonte de Meio. Vai aparecendo mais gente ainda. Mais abraços, mais votos, alguns bem etílicos... Vamos a caminho do Alto Mira-Mar, a malta aguenta firme. Por alturas da Praceta José Lopes, sinto os joelhos a doer. Afinal já são 11 horas, e eu estou nesta brincadeira desde as nove. Já fiz o meu cross de domingo, e a dançar…Parei ali, voltei para casa. Bem-haja a Banda da Câmara Municipal de São Vicente, que todos os anos nos faz começar um Novo Ano a sonhar. É por isso que as Bandas me fascinam. Feliz Ano Novo a todos!

Deus tchegóne outro óne
Q’ vida e saúde pa nô tormá bem


Sónia Morais
3 de Janeiro de 2010"
Bem hajas tu Sonia que me deste um pedacinho de nhâ térra.

Mantenhas

23 dezembro 2009

Magnificat


"Conto de Natal

Adormeci e no meu sonho vi-me num grande campo com uma multidão incontável. Um enorme cartaz mesmo em frente dizia "Parada das religiões". De facto, tudo parecia orientado para um cortejo imenso que percorria uma estrada no meio do campo. Toda aquela gente, que compreendi ser a humanidade inteira, se amontoava dos dois lados do caminho, vendo avançar os carros referentes a cada crença.

Quando consegui chegar à primeira linha passava uma enorme plataforma sobre rodas levando uma gigantesca estátua de Buda. À volta do carro viam-se monges vestidos de açafrão que entoavam cânticos. A seguir, carros mais pequenos levavam símbolos budistas. Muitos espectadores saudavam a passagem inclinando o corpo, cantando e queimando incenso.
Os carros seguintes tinham símbolos estranhos que não consegui identificar. A aparência dos acompanhantes também não esclarecia, pois iam de fato e gravata. Só quando reparei nos aventais percebi que era a Maçonaria. Notei então o esquadro e compasso. Apesar das semelhanças indesmentíveis, a dimensão era inferior à apresentação do budismo mas ainda bastante imponente.
A religião que se seguia era conhecida, pois o cortejo parecia as paradas na Praça Vermelha ou Tiananmen: era o marxismo que passava. Os carros traziam foices e martelos, além de operários, soldados e mísseis. Na audiência, viam-se punhos fechados e ouviram-se palavras de ordem.

Foi então que decidi perguntar aos meus vizinhos quando passaria a minha religião, o cristianismo. Eles desataram a rir. Surpreendido dirigi-me a um velho de barbas brancas que tinha a farda da organização. Ele informou-me que, como o cristianismo era a maior das religiões, tinha a honra de ir à frente, abrindo a parada. Disse-me também que, se eu quisesse, havia ali perto um autocarro especial para levar os interessados a outras zonas do cortejo.
Segui-o e poucos minutos depois estávamos mais adiante no campo, num local onde a multidão ainda esperava. Percebi pelo ruído que algo se aproximava. Quando consegui vislumbrar os contornos do primeiro carro foi com espanto que constatei o que parecia ser um minarete. Não faltou muito para o confirmar que o que se aproximava era a delegação do Islão. Os carros eram ainda maiores e mais imponentes que os que vira antes. O primeiro trazia um enorme livro aberto cheio de caracteres árabes. O segundo era uma mesquita e em volta múltiplos fiéis desfilavam, rezavam e saudavam. O número era incontável.

Olhei com espanto para o velho, mas ele continuou impávido. Só nessa altura reparei que, afinal, esse carro não era o início do cortejo. Mesmo em frente ia algo tão pequeno que passava despercebido: um homem levando um burro com uma mulher em cima e um bebé ao colo. Aquela era a humilde presença do cristianismo.

Apesar de minúscula, essa presença era controversa. Alguém dizia: "E isto não é o pior. Na parada da tarde vem um homem com uma cruz às costas, chicoteado por soldados." À minha volta muitos protestavam contra isso. Que acontecera a toda a riqueza milenar do culto litúrgico, arte sacra, doutrina teológica, caridade cristã? Como os vi a protestar, perguntei se eram protestantes. Alguns disseram que sim, mas a maior parte eram católicos.

Afastei-me confuso. Então o velho explicou-me: "O cristianismo é mesmo só isto: Cristo que passa. A tua fé é a única que não tem no seu centro livros, cultos, ética, mas uma pessoa, Jesus Cristo. Por isso ser cristão não é, antes de mais, aprender dogmas, rezas, ofertas ou mandamentos, mas viver uma relação pessoal de amizade, contínua e permanente com Alguém. Tudo o resto, e é muito e importante, são apenas ajudas para o essencial. Ele mesmo o disse: ser cristão é nascer de novo (Jo 3, 3). É ser corpo de Cristo (1 Co 12, 27). O cristão vive a vida toda com Cristo e em Cristo, no meio do povo que é a Igreja. Muitos cristãos tratam a sua fé como uma religião e vêem o cristianismo como regras, orações, obrigações. Mas a verdade da fé não é fidelidade. É intimidade. Viver sempre na presença de Cristo próximo. João César das Neves, DN, 20091221"

Maranatá !!

Mantenhas

22 setembro 2009

Campe de cão



Grandes. Enormes cabeçalhos e títulos. Depressões, divórcios e mais não sabem quê. Dói ver gente sofrer com e no Outono. Começa hoje no calendário. Às 22h19. No meu não. Não expirou ainda a luz explosiva e quente do Verão. Mas quando nele entrar sei que também vou ser feliz com os tons de verde a fugir para os castanhos e com os primeiros ensaios do frio a apetecer livros e calmarias caseiras nas arrumações e em olhares mitigantes e meigos a ondear lembranças. E dói-me não ser capaz que osmosear esta sensação de paz com que o Outono me acalma o Verão clorovitamínicopiramidal e tal.
Bijim

25 agosto 2009

Lavada

Num rabecada ês dsafiám bá santanton
Num mar cima azeite êl crescê pa mim
Na janela rosas de porcelana dá-me um oi
Presentáme na lavada, na trapiche, na boi
Na campe de cão hum câ oiá catchorre
hum oiá paraíse erguide d'mei de mar

Hó k sabe hó k sabim

21 agosto 2009

Calhau

Fresca na terra a digerir o quintal da música e as peripécias vividas com a Manu a fazer.me em casa como em parte alguma do mundo e numa djonga de recompor corpo ecoa meu nome por uma das festas de Silvestre.
Gisela a dar-me alvíssaras das mais refrescantes festas do calhau com o mar a embalar mornas e coladeras na frescura da noite com as ondas a fazer fundo aos reencontros, muitos.
Tantos, qu'um bá manchê na laginha com violão e gargantas afinadas de boas vindas.

Hó k sabe, hó k sabim.

17 agosto 2009

chã mindel

Cáda vez qu'êl tá guitôme hum tá tchorá sêque
hum vrál na rize pâ prendê gatchál e guardál
hum bá tchorál c'aligria na sê tchon junte sês
manga d'térra na mar d'laginha,
ta oiá rosa de porcelana na morabeza d'Arlete,
na cuidód de Bila na bróce de nhã tia mãe,
na bidjiça de Daluzinha num cama sprimid de vida
Na candura de Manda tá sperá onje d'cêu,
na muzca de vasco martins e humbertona e tite e bius
na purchave na moreia na catchupa guizode na sume clabacêra
hum contás tud nhas desventura e ligria na terra longe
ês salváme cu aligria ês dzem que diana na calhau tava content d'oiám
que monte cara tinha dzid c'hum tá bá bziás um dia
és fazem corp sabe es lávame alma e infeital cima noiva p'altar.

Manténha pâ térra longe

23 março 2009

Sô na krate


Nhã pôve ê si mesm !!!
Sócrates lançava seu charme qual perfume enebriante, mas o perfume paira ou brada aos tectos. Como as crianças andam cá por baixo não foram no perfume mas antes no bom português que sempre aprenderam com bons Professores.
Fica-me uma dúvida: Será que todos os compmagalhaes@sobrates.pt são assim ou foi por ser para onde era?
Por mail meu primo diz-me das proezas que os 'menins de nhã terra' têm descoberto ou aprendido?

"EM QUALQUER "MAGALHÃES" PERTO DE SI:
* "Cada automóvel só pode mover horizontalmente ou verticalmente. Tu deves ganhar espaço para permitir ao carro vermelho de sair pelo portão à direita."
* "O Tux escondeu algumas coisas. Encontra-las na boa ordem."
* "Carrega nos elementos até pensares que encontras-te a boa resposta. (...) Nos níveis mais baixos, o Tux indica-te onde encontras-te uma boa cor marcando o elemento com um ponto preto. Podes utilizar o botão direito do rato para mudar as cores no sentido contrario."
* "Dirije o guindaste e copía o modelo."
* "Abaixo da grua, vai achar quatro setas que te permitem de mexer os elementos."
* "O objectivo do quebra-cabeças é de entrar cifres entre 1 e 9 em cada quadrado da grelha, frequentemente grelhas de 9x9 que contéem grelhas de 3x3 (chamadas 'zonas'), começando com alguns números já metidos (os 'dados'). Cada linha, coluna, e zona só pode ter uma vez um símbolo ou cifre igual." (nota: instruções para o jogo sudoku)
* "Carrega em qualquer elemento que tem uma zona livre ao lado dele. Ele vai ir para ela."
* "Enfia a bola no buraco preto á direita."
* "Com o teclado, escreve o número de pontos que vês nos dados que caêm."
* "O objectivo do jogo é de capturar.Ao princípio do jogo 4 sementes são metidas em cada casa. O jogadores movem as sementes por vês. A cada torno, um jogador escolhe uma das 6 casas que controla. (...) Se a última semente também fês um total de 2 ou 3 numa casa do adversário, as sementes também são capturadas, e assim de seguida. No entanto, se um movimento permite de capturar todas as sementes do adversário, a captura é anulada (...). Este interdito é ligado a uma ideia mais geral, os jogadores devem sempre permitir ao adversário de continuar a jogar."
* "Aceder ás actividades de descoberta."
* "Pega as imagens na esquerda e mete-las nos pontos vermelhos."
* "Carrega e puxa os elementos para organizar a historia." (nota: "historia" é repetidamente escrito sem acento)
* "Saber contar básicamente."
* "Move os elementos da esquerda para o bom sitio na tabela de entrada dupla."
* "Puxa e Larga as peças no bom sitio." (nota: "sitio" nunca é escrito com acento)
* "Com o teclado, escreve o número de pontos que vês nos dados que caêm."
* "Primeiro, organiza bem os elementos para poder contar-los (...)."
* "Carrega no chapéu para o abrires ou fechares. Debaixo do chapéu, quantas estrelas consegues ver a moverem? Conta attentamente. Carrega na zona em baixo à direita para meter a tua resposta."
* "Treina a subtracção com um jogo giro. Saber mover o rato, ler números e subtrair-los até 10 para o primeiro nível."
* "Quando acabas-te, carrega no botão OK ou na tecla Entrada."
* "Conta quantos elementos estão debaixo do chapéu mágico depois que alguns tenham saído."
* "Olha para o mágico, ele indica quantas estrelas estão debaixo do seu chapéu mágico. Depois, carrega no chapéu para o abrir. Algumas estrelas fogem. Carrega outra vês no chapéu para o fechares. Deves contar quantas ainda estão debaixo do chapéu."
* "Lê as instruções que te dão a zona em que está o número a adivinhar. Escreve o número na caixa azul em cima. Tux diz-te se o número é maior ou mais pequeno. Escreve então outro número. Adistância entre o Tux e a saída à direita representa quanto longe estás do bom número. Se o Tux estiver acima ou abaixo da saída, quer dizer que o teu número é superior ou inferior ao bom número."
* "Tens a certeza que queres saír?"
* "Aprende a escrever texto num processador. Este processador é especial em que obriga o uso de estilos (...)"
* "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde. Podes estilizar o teu texto utilizando os botões à esquerda. Os quatro primeiros permitem a escolha do estilo da linha em que está o cursor. Os 2 outros com múltiplas escolhas permitem de escolher tipos de documentos e temas coloridos pré-definidos."
* "Envia a bola nas redes"
* "É preciso saber manipular e carregar nos botões do rato fácilmente."
* "O objectivo é só de descobrir como se podem criar desenhos bonitos com formas básicas (...)."
* "O objectivo é de fabricar um forma dada com sete peças."
* "Quando o tangram for dito frequentemente ser antigo, sua existência foi somente verificada em 1800." (nota: explicação do tangram, um quebra-cabeças tradicional chinês)
* "Mexe as peças puxando-las. Carrega o botão direito nelas para as virar. Selecciona uma peça e roda à volta dela para a rodar. Quando a peça pedida estiver feita, o computador vai reconhecer-la (...)."
* "Reproduz na zona vazia a mesma torre que a que está na direita."
* "Reproduzir a torre na direita no espaço vazio na esquerda."
* "Puxa e Larga uma peça por vês, de uma pilha a outra, para reproduzir a torre na direita no espaço vazio na esquerda."
* "Move a pilha inteira para o bico direito, um disco de cada vês." (nota: as quatro últimas frases são as instruções dos jogos "Torres de Hanoi" e Torres de Hanoi simplificadas" - "Hanoi" semacento no "o")
* "Torno dos brancos" (nota: a vez de jogar das peças brancas num jogo de xadrez)
* "Joga o joga de estratégia Oware contra o Tux."

PURREIRO PÀH!"


Mantenhas de már azul

03 março 2009

Vida


O tudo dito. Tudo o que se disse é verdade mais aquilo que não se consegue e fica por dizer. De Fernando Pessoa. Dele fica sempre o sentido. Do que ele diz e do que eu não consigo dizer pois as palavras deturpam os sentires.


Temos, todos que vivemos,

Uma vida que é vivida

e outra vida que é pensada,

e a única vida que temos

é essa que é dividida

entre a verdadeira e a errada. a)


Mantenhas

23 janeiro 2009

Oba Man



Estamos desesperados. O Mundo está desesperado. E não nos procuramos dentro mas sempre com os olhos no outro para que seja o outro a exorcisar os nossos medos e receios. Coitado do homem não sei como se vai safar. Que tem sãs intenções já decidi que sim, mas ... endireitar o mundo endireitar-me em quatro anos é dificil. Com a chegada de 2009 e renovadas as boas intenções fazê-mo-las coincidir com as sãs intenções de Obama, mais: delegamos nele a vida correr-nos bem e á nossa medida de 'bem' que é mais difícil ainda.
Numa sessão de catequese católica as crianças de 7/8 anos, escolheram falar de Obama, por votação em 11 só duas não concordaram. Do modo como a imagem deste homem se tinha formado nas tenras cabecinhas é impressionante, algumas são indizivéis, outras nem tanto.


'Vai baixar tudo o que compramos e vendemos para menos'.

´Vai fazer ficarmos todos iguais e os pobres vão desaparecer'.

'... vai acabar com as guerras.'

'... vai mandar no mundo'.



Nós, adultos, pensamos de forma muito diferente? As crianças são o espelho nosso: casa, sociedade, televisão.

Mas também, quem não quer ser anjo não lhe vista a pele, rezam ditados. Se esperamos nos outros esperemos sentados, feitos Godot. Sempre cansa menos.



2009 reluzente de mantenhas




23 dezembro 2008

Aquifolium

O azevinho é um dos símbolos do Natal
porque dizem que estendeu os braços,
durante a fuga da Sagrada Família para o Egipto,
para esconder Maria e o Seu Filho e assim impediu que os soldados de Herodes matassem o Menino Jesus.

Então Maria,
em agradecimento, abençoou o azevinho que, desde então,
permaneceu sempre verde.


Santas Mantenhas

16 dezembro 2008

Quatro resmas



Alma em estado de escolha

Sinto-me refletida na quaresma iniciada
De mim solto penso sinto ardo em fogo
terra adubada regada revolvida a ventos.

Elemento à busca das naturezas de mim
irrequieta revolvo-me e solto-me em ais
surdino o início o ciclo a vida a pesquisa.

Acervo da consistência Toda Una Alma
Força da inquietação positiva em mim .

Somima


Mantenhas

06 novembro 2008

Mr. Hope

"Pois temos uma escolha a fazer, em nosso país. Podemos aceitar uma política que fomente a divisão, o conflito e o cinismo. Podemos tratar da questão racial apenas como espetáculo --como o fizemos no julgamento de OJ--, ou apenas em momentos de tragédia, como o fizemos depois do Katrina, como munição para as notícias noturnas. Podemos exibir os vídeos do reverendo Wright em todos os canais, todos os dias, e falar sobre eles daqui até a eleição, e fazer com que a única questão a ser debatida no pleito seja a possibilidade de que eu concorde ou simpatize de alguma maneira com as mais ofensivas de suas palavras. Podemos explorar uma gafe de algum assessor de Hillary, ou podemos especular se todos os homens brancos votarão em McCain, não importa quais sejam suas opiniões políticas.
Podemos agir assim.
Mas, caso o façamos, posso lhes afirmar que, na próxima eleição, estaremos falando sobre outra distração; e depois outra; e mais outra; e nada jamais mudará.
Essa é uma opção. Ou podemos, neste momento, nesta eleição, nos unir e exclamar: 'Desta vez, não!' Desta vez, queremos falar sobre as escolas decadentes que estão roubando o futuro de crianças negras, brancas, asiáticas, hispânicas e indígenas. Desta vez podemos talvez rejeitar o cinismo que nos diz que essas crianças são incapazes de aprender, que essas crianças de aparência diferente das nossas são problema de outra pessoa. As crianças dos Estados Unidos não são 'essas crianças': são as nossas crianças, e não permitiremos que fiquem para trás na economia do século 21. Não desta vez. " B.Obama

Sinto-me Mary Poppins, eu que me achava infeliz por não ter sapatos ... até ter encontrado um homem que não tinha pés.

http://www.youtube.com/watch?v=mf9km-CDS20

Mantenhas

15 outubro 2008

Djô'pérlas



Pérola di terra à mistura com beijos e saudades

"...Para nós nada está mudado,


Nada,


a não ser esta quimera


bem vivida


do inferno que se despede da nossa angústia. ..."



Mantenhas

03 outubro 2008

CáNós




Numa prova de entrada para a Universidade...

Questão : Interpretar o seguinte trecho de poema de Camões:
'Amor é fogo que arde sem se ver,

é ferida que dói e não se sente,

é um contentamento descontente,

dor que desatina sem doer'.

Uma aluna deu a sua interpretação:

'Ah Camões, se vivesses hoje em dia,tomarias uns antipiréticos,uns quantos analgésicos e Prozac para a depressão.
Comprarias um computador,consultarias a Internete descobririas que essas dores que sentias, esses calores que te abrasavam, essas mudanças de humor repentinas, esses desatinos sem nexo, não eram feridas de amor, mas somente falta de sexo!'

Teve nota máxima. Foi a primeira vez, depois de mais de 500 anos, que alguém entendeu qual era a ideia do Camões...
Mais um mail bem apanhado. obrigada miga.
Bom fds com mantenhas

26 setembro 2008

Brechas



Brecht deu-nos palavras inquietantes de tão actuais e belamente emaranhadas.

Há tanto calhamaço e escritos e pensados sobre ele que eu nem o devia enunciar.

Mas volto-me para ele muitas vezes. No Outono principalmente por ser o mais belo de todos os tempos. Aconchego-me. 'Aos que virão a nascer' foi escrito para mim por certo :)))))

Outra vez ele ao ler um mail que, não tendo nada a ver, ligo aos 'sete pecados mortais dos pequenos burgueses' que sempre que leio ou vejo fico com um amargo no estômago, misto de tanto sentidos. Talves este fim de semana me volte para ele um xixo. Obrigada Djô.

Os 13 mandamentos - Séc. XXI

1 - O amor eterno chega a durar seis meses...
2 - Não entres no mundo da droga! Somos muitos e há pouca...
3 - Ter a consciência limpa é sinal de má memória. Toma suplementos.
4 - No casamento, vale mais enganar que ser enganado...
5 - Os honestos são simples inadaptados sociais.
6 - O que luta contra a corrente pode morrer electrocutado.
7 - O último a rir não percebeu a anedota.
8 - A escravatura não foi abolida. Passou a oito horas por dia. Ou mais...
9 - Se a montanha vem até ti, foge. Trata-se de um desmoronamento.
10 - Se não atropelares o tipo da frente, serás atropelado pelo tipo de trás.
11 - Não tomes a vida muito a sério, não sairás vivo dela.
12 - A piada não é ganhar mas fazer o outro perder.
13 - Príncipe Encantado só há um e está na cama com a Cinderela.
E a brincar vai o mundo a fim de semana
Mantenhas

05 setembro 2008

Estupipendamente


Estupidamente é Verão

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm bô tá gostá

Sardinhas

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm bô tá gostá

Gin & tónico

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm se bô tá gostá

Cai cai minha saia

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm se bô tá gostá

Areia recheada de sal em guarda sois tremidos

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm se bô tá gostá

campismo em tenda de pernas para o ar montada

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm se bô tá gostá

Festivais muitos de feitios e formas a metro

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm se bô tá gostá

Livros conversados nas músicas de bailaricos

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm se bô tá gostá

Norte a sul Verão estupendamente traduzido

Sum tá dób um bijin ná boca dzêm se bô tá gostá!

Dzêm Mantenhas

27 agosto 2008

Pénsar


Na espera de uma fila. Num autocarro. Numa sala de espera. Na praia. Onde haja mais de uma mão cheia de gente. Os pés. Onde nos levam. De onde nos trazem. A forma deles, o que os vestem, como pisam, como poisam. Despertos ágeis arrastados todos cobertos quase nus. Cuidados ou inteligentemente descuidados. Há pés que não sabem onde se meter ou que espezinham as calças e as calçadas. Há pés que carregam pessoas como se de penas se tratassem ou que as arrastam em toneladas de carnes e ossos nervosos com a vida. Adivinham-se bailarinos e desportistas, convencidos e tristes, felizes e frustrados, canhotos e aéreos, preocupados e realizados. Pés!

Pontas de Mantenhas

16 julho 2008

Ut queant laxis



Tempo de sol. Sol! Luminosidade e quentura em barda para fazer florir tudo e todos numa explosão de vida que nos aquece para todo o ano e nos recarrega as baterias. Reservas que depois, nos dias invernosos, são saboreadas em pequenos sorvos ao som de sóis misturados a outros solfejos ut queant laxis, suaves, como convém a um bom pensare a um estar bem. Assim, num fim de tarde de solve polluti bocejante.


G's de mantenhas

03 junho 2008

Baía das Gatas


Correm as fontes ao rio
os rios correm ao mar;
num enlace fugidio
prendem-se as brisas no ar ...
Nada no mundo é sozinho:
por sublime lei do Céu,
tudo frui outro carinho ...
Não hei-de alcançá-lo eu?
Olha os montes adorando
o vasto azul, olha as vagas
uma a outra se osculando
todas abraçando as fragas ...
Vivos, rútilos desejos,
no sol ardente os verás:
-Que me fazem tantos beijos,
se tu a mim mos não dás? a)
Mantenhas

28 abril 2008

Calca choca


Calcanhar. O meu. Pairo suspensa em congeminações patéticas de que talvez tenha sido o pontapé de saída, o discurso depois de nos fazer esbracejar talvez nos faça pensar. Ora bolas sempre é o PR. Não tanto o que não sabem mas se o que sabem sabem-no bem. Os jovens. Pensar os nossos jovens noutra perspectiva onde, sendo o centro das atenções, deixem de ser o centro das nossas frustrações e anseios inconfessáveis. A caça às bruxas boas que deixamos os nossos jovens pensar que são o centro do universo com direito a pontos extras só por existirem. Com imensa piada em tudo o que fazem ou dizem, sem muitas regras ou castigos para não traumatizar ou criar desvios, que por esses mesmo motivos, foram criados e agora estamos a braços com uma geração maioritariamente desregrada e desorientada por não ter os conceitos básicos interiorizados sejam eles sentar á mesa ou num sofá ou lidar com idosos ou seus semelhantes. O respeito e a liberdade foram colocados antagonicamente nos compêndios quando pouco tinham a ver um com o outro. Não assim.
Mantenhas

02 abril 2008

Outra

Outra vez o regresso da Primavera,
os mil fios do fino salgueiro amarelecem,
no crepúsculo, empoleiradas, grasnam as gralhas.
Em sonhos, persigo, correndo, uma sela de ouro,
Não digas o que escondes no coração,
explica-te por meio da tua viola. a)
Mantenhas

31 março 2008

Se


Recebo um mail com pedido de resposta a se eu fosse um número sem conta de coisas: flor pedra mês dia sei lá. Eu sou. Tudo isso e tudo mais. Todos os meses todas as flores todos os dias todas nuvens e mares, sou. Das ondas só não sou as que não passam dos livros tenho todas as letras e mais as que me hão-de inventar dos filmes fiz peliculas imensas com os meus dias contados em dramas e tramas das pedras ja fiz o coração as mãos ou as lágrimas que não verti. Tenho o universo em mim plantado e em viagem desdobro tudo e torno dar para me recolher quando algo descubro novo. Adoro todos os dias da semana todos os meses do ano todos os anos que me cresceram todas as pedras que palmilho ou tropeço. Até essas correntes sou-as estilhaçadas numa explosão de mim.
Gatabaia

20 março 2008

Páskha

Explicaram-me já, de formas diferentes, a relação dos ovos e coelhos com esta promessa ao povo retirado do Egipto, a estes quarenta dias introspectivos e reflexivos. Não retive qualquer das explicações, talvez por não ter percebido nenhuma, mas é com carinho que lembro ter feito de coelhinho da Páscoa no aniversário do meu homem pequeno, que coincidiu com a Páscoa, há um bom par de anos. É que a esta miscelânea do pagão com o Divino nós fizemos uma adaptação á nossa imagem e medida. O cronista da destak, João César das Neves, faz uma reflexão sobre a Páscoa bastante interessante.

Festejamos a Páscoa de 2008 em simultâneo com a chegada da Primavera. Que a verdadeira Primavera, nos chegue ao coração, numa promessa fiel e renovada.

Santa Páscoa

19 março 2008

Uso

Ó voz zelosa, que dobrada ... brada,
já sei, que a flor da formusura ... usura,
será no fim desta jornada ... nada. a)
serenas mantenhas

25 fevereiro 2008

Pés dados

Fui céptica, num ir com todos e pensar como todos: seria, talvez, a última oportunidade de o ver. Pessoalmente não gosto do Pavilhão para este género de espectáculos, o som perde-se e massifica-se. Não deixou de ser divinal. Fiz déja vu aos momentos de embirração com as preferências musicais dos meus pais, ao espectáculo que vi, dele, com os meus pais, ao sentimental romantismo adolescente de bilhetinhos versitos e coraçõezitos a satitar e, ainda ao tempo em que aprendi a apreciar os atributos musicais e poéticos de Charles Aznavour. Fiz a catarse de muitos dos anos que tenho. Foi divinal ouvi-lo. Foi divinal radiografar-me. Foi divinal a pontita de saudosismo que me trouxe até casa.
Mantenhas

22 fevereiro 2008

Clip's


E eras assim ... Por que não deste
um raio, brando, ao teu viver?
Não te lembrava. Azul-celeste
o céu, talvez, não pôde ser ...
Mas, ora! Enfim, porque não deste
somente um raio ao teu viver! a)

A Paz


01 fevereiro 2008

Ismo's

Esta ânsia de encontrar ou reencontrar a razão de existir afasta-nos, na razão inversa, de nós próprios. Cabalmente fazemos da Vida um 'ismo' constante e desde a acção ao pensamento 'ismamos' tudo. Na vaga das modas ou de inquietações interiores fazemos gato sapato em nome da evolução. Seja ela qual for: espiritual, social, material; as atrocidades praticadas são sempre salvaguardadas em nome das conjecturas do sujeito que as pratica.
As barbáries terroristas de hoje em nada diferem de muitas outras que existiram. Em nome da fé, da abolição da escravatura, de reivindicações várias e de insanidades múltiplas, que atravessaram os séculos, que são e sempre foram pretexto para utilizarmos a força e libertarmos a besta que todos nós albergamos.
Este o ser racional e pensante que somos, superiores a todas as outras espécies e que já alguém augurou a sua extinção por mão própria.
Xanana Gusmão disse ao mundo que perdoou.

22 janeiro 2008

Jasneiro


Em Janeiro asneiro muito. Muito mais que durante os restantes meses. É o tempo escolhido pela minha máquina para asneirar feita asna. Na cara a luz que o frio peneira e por vezes nubla tira-me o sentido quase de igual com o calor doido de Agosto. Em Janeiro é a luz que me atrapalha a cegueira e quase me vejo toda e pareço tonta num mundo de doidos.
A minha alma de nublada vai a solarenga e saltita em mim dando largas e brincando mais eu fazemos tontices e pedindo freio no stress fazemos beicinho por lazer em barda, damo-nos poisio.
Mantenhas
Lentas mantenhas