Gatabaia

"Se procurarmos a verdadeira fonte da dança e nos virarmos para a Natureza verificamos que a dança do futuro é a dança do passado, a dança da eternidade, que sempre foi e será a mesma." Isadora Duncan (1878-1927)

26 fevereiro 2007

Semi-Quare


Sonhos lacrados com vento
na plumagem que cresce
recoloca o futuro
respeita o sonho Ser
indelével índigo
gene de garça
que grassa e trespassa
ama de peito e de voo
de leite e de coco.


As ligações externas nem sempre são directas sabe-o Sérgio Godinho que também sabe de ‘segredos que são sagrados … pelo sim, pelo não’. Saberá ele que as ligações internas são sempre directas? Por certo que sabe. Eu também sei. E os sorrisos? Há sorrisos que nos acompanham e parecem perseguir com ‘ferocidade, desvairío, inquietação - escolham o termo que preferem’ conversa Zaíza com o espelho dos seus sonhos, sonhamos com Zaíza … ou talvez não, sonhamos com os sonhos do nosso espelho, que hei-de eu fazer :) se cada vez que me olho te vejo, sim que hei-de eu fazer? VerTe CrersSer.

Boémias Mantenhas

23 fevereiro 2007

Semi-gôndola


Embasbacada com os jovens.
O meu falou ontem no Zeca Afonso, não obstante tivesse o CD do Carlos Paredes na mão :).
-Mas queres referir-te a qual?
O de amanhã é o Zeca Afonso disseste bem, mas esse CD é outro …
- parou, olhou , mas qual é que eu cantava em pequenino? Não é o mesmo?
- NÃO !!!! Cantavas Zeca Afonso, tocas (tentas) Carlos Paredes, rapaz.
- Hã pensei ... mas são os dois do 25 Abril , né !!??!

Não há nada a fazer, deve ser genético. Rimo-nos disparatadamente. Zé Carlos Afonso Paredes.

Desanda.
Regressa.
Afinal queria saber.

Que um era mestre nas letras de intervenção e morreu há 20 anos e tinha andando muito por África e o Grândola e o traz outro amigo …
Que o outro era mestre no dedilhar a guitarra de Coimbra e morreu há 2/3 anos e faz aqueles acordes que andas a tentar imitar…

Foi bom o serão a sachar um dia terrífico comigo a dar em doida no fio da navalha, do super Karma, que está cada vez mais afiada, no furacão em jardim a demitir-se para se recandidatar (?) no bico do prego virado aos referendos nas campanhas no que agora já não é bem assim tudo em mim e rastos e à beira de um ataque de nervos.
Hoje vou de greve aos jornais e bem me podem chamar avestruz mas há que resguardar o pouco que me sobro.

Não penses que não sinto
Alma jejuada mas a troco
Do troco que te posso dar
Que darias jejum de mim?

Grandolas Mantenhas

22 fevereiro 2007

Semi-Gente




Amilia. Semi Amilia. A milhas está Amília que fez questão de ser inteira contra todos. Milagre? Não! Natureza. Mãe natureza.
Com ciência à mistura? Talvez. Mas esta, sem a força da natureza, é nada.
Mil razões para pensar no dado adquirido e comprovadamente consumado de, às 10 semanas, a ‘gente’ não ter vida.
Semi-mil razões para pensar no milagre de às 22 semanas a vida já ser ‘gente’.
Não há que enganar 22 menos 10 dá 12. Às 12 semanas há vida. Se até ás 10 ... batatas, enganei-me por certo, isto vai-se complicar para os próximos capítulos. Ou será que em duas semanas ... acho que o limiar está mesmo num dia, qual semanas. Expliquem-me ... porque eu já sou.
Às vezes paro-me e intrigo-me e esmago-me no vazio do não saber.
Um pingente a dar-me uma lição de Vida. À tangente.

Cam’one gentes. Há outras gentes. Também elas heróicas. Do banditismo. Num ano de mandato ser possível fazer negócios sujos com bragaparques, peculatisar a epul, preverter a gebalis e mais dúzia de vergonhosos feitos onde os abutres aterrarão, e muito bem! E pedimos a modernização dos serviços públicos para que sejam céleres. Mais célere que isto? Há granda barrabás.
Marimbas de mantenhas

13 fevereiro 2007

Semi-confusa


Tenho um nó na garganta.
Em vão tentar desfazê-lo.
Derreter-se-á há medida em que o tempo escorrer.
Não consegui ainda pôr em consonância os neurónios e o coração. No meu egoísmo a morte magoa-me. E quero, em verdade, sentir a morte como a penso. Mas é difícil. Muito difícil para já.
Virgílio Ferreira ensinou-me que ‘Uma verdade só o é quando sentida - não quando apenas entendida. Ficamos gratos a quem no-la demonstra para nos justificarmos como humanos perante os outros homens e, entre eles, nós mesmos. Mas a força dessa verdade está na força irrecusável com que nos afirmamos, quem somos, antes de sabermos porquê’.
Sei o que devo sentir, mas não o consigo, ainda. E sei do meu egoísmo quando me acerco para reconfortá-lo quando quero conforto, e adivinha-me e salda-me comigo.
Bem-haja Monsenhor Melo.
Até Sempre na Paz do Senhor.

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Agostinho da Silva. Celebraria hoje o seu 101º. Aniversário. Lembro-o muitas vezes. Fala-me sempre como segunda singular.
‘A primeira condição para libertar os outros é libertar-se a si próprio; quem apareça manchado de superstição ou de fanatismo ou incapaz de separar e distinguir ou dominado pelos sentimentos e impulsos, não o tomarei eu como guia do povo; antes de tudo uma clara inteligência, eternamente crítica, senhora do mundo e destruidora das esfinges; banirá do seu campo a histeria e a retórica; e substituirá a musa trágica por Platão e os geómetras.
Hei-de vê-lo depois de despido de egoísmo, atente somente aos motivos gerais; o seu bem será sempre o bem alheio; terá como inferior o que se deleita na alegria pessoal e não põe sobre tudo o serviço dos outros; à sua felicidade nada falta senão a felicidade de todos; esquecido de si, batalhará, enquanto lhe restar um alento, para destruir a ignorância e a miséria que impedem os seus irmãos de percorrer a ampla estrada em que ele marcha.
Nenhuma vontade de domínio; mandar é do mundo das aparências, tornar melhor de um sólido universo de verdades; se tiver algum poder somente o veja como um indício de que estão ainda muito baixos os homens que lho dão; incite-o o sentir-se superior a mais nobre e rude esforço para que se esbatam e percam as diferenças; não aproveite para mostrar a sua força a fraqueza dos outros; o bom lutador deseja que o combatam mais rijos lutadores.
Será grato aos contrários, mesmo aos que vêm armados da calúnia e da injúria; compassivo da inferioridade que demonstram fará tudo que puder para que melhorem e se elevem; responderá à mentira com a verdade e ao ódio com o bem; tenazmente se recusará a entrar nos caminhos tortuosos; se o conseguirem abater, tocará com humildade a terra a que o lançaram, descobrirá sempre que do seu lado esteve o erro e de novo terá forças para a luta; e se o aplaudirem pense logo que houve um erro também.’Agostinho da Silva, in 'Considerações e Outros Textos'’

Montanhas de mantenhas

12 fevereiro 2007

Semi-constância



Ganhou o Sim.
E ‘prontus’!
Não sei se foi o último episódio, duvido.
Por mais 10 anos falaremos.
E estamos a semana do Carnaval.
Mascarar-me-ei de Totem.
E à volta ancestrais fagulhas da fogueira da Esperança.
A iluminar o caminho ao homem livre. Do Homem livre.

‘Um dia um aprendiz de filósofo chegou junto do seu velho mestre e perguntou-lhe:
-Mestre, podeis explicar-me o que é a Utopia?
O velho sorriu e apontando para o caminho em sua frente, disse:
-Estás a ver a linha do horizonte? Caminhemos até ela!
Durante dias e noites, caminharam Mestre e aprendiz, lado a lado, tão entretidos e concentrados que, quem olhasse, não saberia quem ensinava ou quem aprendia. Durante dias e noites, trocaram saberes e ideias, partilharam o que cada um sabia sobre o mundo dos homens e dos deuses, até que o aprendiz, já impaciente e um pouco cansado, disse:
Mestre caminhámos durante dias e parece que a linha do horizonte está cada vez mais distante?!
-Sim é verdade – disse o velho – tal como a utopia te parece, que quanto mais caminhas para ela, mais longe está!’.
Há que retomar o caminho à busca do horizonte!
Livres mantenhas

05 fevereiro 2007

Semi-civilizado


Teria ibernado, viajado, fugido, avestrusado.

Soubesse eu a 19 de Outubro e a propósito do meu post ‘nim Penal (e) iZe’, que ficaria desta forma deprimida e nem tinha parado para pensar na aprovação, que nessa altura foi feita na AR, da proposta do referendo que agora corre as ruas da amargura e se torna estandarte na defesa de ideias e ideais políticos.

Tão só. Políticos.

De intransigíveis, a intolerantes, a manipuladoras, a terroristas, a insultuosas. E de 10 em 10 anos é este o cenário: acrescentam meia dúzia de dias à coisa. E o nós, povo, gosta. Não entendo porque não despenalizar na totalidade e de uma vez por todas. E aprovar a pena de Morte. A Eutanásia, também porque não?!? Quem quer, quer! Ponto final.

Temos uma praça repleta de inteligentes e intelectuais. Só não sei a quem atribuir esta minha prostração e desorientação no meio deste fogo cruzado de jogo de palavras e falsas convicções. MRS subtrai-me sorrisos de cada vez que ouço murmurar os seus métodos ao expor-nos as suas convicções. É genial. Só não lhe tiro o chapéu por adorar a forma elegante como o usa. E nos usa. E coloca onde quer e quando quer. Ao menos faz-nos sair deste encarrilhar de ideias pré concebidas não sei por quem nem onde nem sei porque serão elas concebidas ... e sem pecado, dizem!

O maior aborto vem-me assim mansinho … Não deviam ir às urnas nem homens nem menores de 25. Estas pela imaturidade que lhes não confere idoneidade. Aqueles por não saberem do Milagre Maternidade e só poderem mesmo teorizar abortos. E aí, sim, seriam as mulheres a escolher. Sonho. Pesadelo-me.

Sócrates afere outras cousas que não o aborto.

Cavaco saberá o que está a fazer?

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Temos déjá vu para provar? 4 taste. Bi-fenómeno Beatles? Arrepiei-me e voltei às imagens de plateias, aeroportos, ruas repletas de jovens ditos estéricos com uma mão de jovens músicos que por vezes nem se viam. O Campo Pequeno provou-o.

- Esta barulheira é música?

- Para quê a excitação toda?

- como podem estes os jovens do Futuro?

- a adolescência é única e linda...

- Já alguém pensou o mesmo da minha e anteriores gerações ...

Cíclica a vida!!!

Tento apreciar e acompanhar.
Excedo-me e dasargumento-me.

Tirei os lençóis à cama que me fizeste,
Deixei a Lua entrar minha cara dentro!
Caladas Mantenhas