Gatabaia

"Se procurarmos a verdadeira fonte da dança e nos virarmos para a Natureza verificamos que a dança do futuro é a dança do passado, a dança da eternidade, que sempre foi e será a mesma." Isadora Duncan (1878-1927)

28 dezembro 2007

Nhõ Son Silvestre ....


...Mandóm ben li ness cása!
Boas Festas, Bons one, até notre óne,

dia d'hoje que más goste e ligria pa bsote tud.



Mantenha

19 dezembro 2007

Rotações




Vermo-nos, sentirmo-nos
ainda assim fazer e não ser
e sendo não somos nós.
Correr atrás dos passos
que nos levam a nós
Até nos encontrarmos.
Acertar passos
compassos pendulares
sambas das valsas debutantes.
Douradas Mantenhas

10 dezembro 2007

Caixa



Quanto maior é a caixa, mais leva.

As caixas vazias levam tanto como as cabeças vazias.

Muitas caixinhas vazias que se deitam numa grande caixa vazia, enchem-na toda.

Uma caixa meio-vazia diz:"Ponham-me mais".

Uma caixa bastante grande pode conter o mundo.

Os elefantes precisam de grandes caixas para guardar uma dúzia de

lenços de assoar para elefantes.

As pulgas dobram os seus lencinhos e arrumam-nos com cuidado em caixas de lenços para pulgas.

Os sacos encostam-se uns aos outros e as caixas levantam-se independentes.

As caixas são quadradas e têm cantos, ou então são redondas e têm círculos.


Pode empilhar-se caixa sobre caixa até que tudo venha abaixo.

Empilhe caixa sobre caixa e a caixa do fundo dirá: "Queria notar que tudo repousa em mim."

Empilhe caixa sobre mim, e a que está em cima perguntará:"É capaz de me dizer qual de nós cai para mais longe quando caímos todas?"

As pessoas-caixas vão à procura de caixas e as pessoas-saco à procura de sacos. a)

Cachos de Mantenhas

07 dezembro 2007

Ten Dá


O aparato da tenda. Todo mundo fala na tenda. Da tenda e do Mercedes blindado, mais 200 seguranças e blá, blá, a afrontar a pobreza e misérias dos países onde os direitos humanos não existem sequer, não é uma questão de serem violados aqui ou ali pontualmente: não existem, são desconhecidos! Portugal quer ser a ponte entre a Europa e África. Honrar a História de Portugal (???). Espero que sem paternalismos nem interesses económicos o que será difícil pois Africa é ‘atrasada e ignorante’ e haja alguém que lhes ensine e os aculture. Tipo pai tirano. Tem sido assim e não creio que mude muito ou para melhor.

Muitos poucos dos comuns mortais acreditam nesta Cimeira. Tão só cifrões. O interesse nas populações na fome na miséria? A agenda foi vagamente divulgada, mas as empresas e empresários devem saber ao que vão e estão estrategicamente ‘atentos’ como dizem. Atentos a quê? Quem está em Lisboa assiste ao aparato e histeria, quase total, de batedores (vindos de todo o país e que ficaram instalados com condições desumanas para que fiquem a saber das condições de vida em muitos dos países africanos) ruas condicionadas ao trânsito, hã, mas fico a saber que a Líbia ‘também’ quer investir em Portugal. Um também intrigante. E nós, impávidos e algo serenos, não precisamos de ir ao circo russo que por aí anda em digressão natalícia.
Mantenhas

06 dezembro 2007

Spe Salvi



Como me 'inspiro' para postar. perante as imagens, de pés :)) escrevo ao som delas. Nem sempre. Por vezes martela-me algo durante o tempo suficiente para me interessar ou debruçar sobre o tema e acabo por escrever sobre ele. A Paz é um desses temas que me tem acompanhado ao longo da vida e que me retoma ciclicamente. Talvez por ter entrado em Dezembro, mês lindo que adoro: Paz.
Muitos de nós confundimos o sossego com Paz. Muitos de nós, julgamos que, passear por entre árvores floridas ou á beira de rios luminosos, obtemos a tão famigerada Paz. Não aquela paz que significa ausência de guerra mas sim a Paz interior, aquela que não se deixa afectar por problemas externos e que não abala a tranquilidade mental. Aquela Paz que nos ajuda a lidar com as situações com calma e racionalidade, ainda assim mantendo a felicidade interior. Muito importante, pois mesmo que a vida seja materialmente confortável, permanecemos aborrecidos, preocupados ou infelizes conforme as circunstâncias e, só, por não termos essa Paz interior. Como obtê-la? Caminhando.

Mantenhas

04 dezembro 2007

Sol i dó


Vejo amiúde a solidão ser referida com um ar de fatalidade ou mesmo de coisa má que me entristece. A solidão é-nos intrínseca, pelo simples facto de que somos egoístas e soberbos. Somos os únicos, bons e detentores da verdade, mesmo quando discursamos em sentidos contrários, no nosso íntimo e nem sempre conscientemente, somos déspotas de nós mesmos. O perdão e a humildade é dos fracos. A cedência, a compreensão, a partilha não existe na sociedade contemporânea. Cultivamos o imediato, a qualidade de vida, o direito a ser feliz com uma leviandade atrós. Negligenciamos os amores ágape e filos e endeusamos o eros, esquecemo-nos que são todos parte de um que nos poderia aproximar de algo como a felicidade. E assim parecemos aqueles transatlânticos onde nos deslumbramos sem necessidade de saber o destino de Nós mas sempre com uma angústia incontida de sabermos o que somos. Andamos ao sol com dó de nós próprios.
"Pos isso somos quem somos
Estrelas de um só momento
Mas cujo brilho ameaça
A ordem do firmamento"
(Manduka)
Mantenhas