Gatabaia

"Se procurarmos a verdadeira fonte da dança e nos virarmos para a Natureza verificamos que a dança do futuro é a dança do passado, a dança da eternidade, que sempre foi e será a mesma." Isadora Duncan (1878-1927)

29 junho 2006

Rodo Pie em Si


Au premier temps de la valse
Toute seule tu souris déjà
Au premier temps de la valse
Je suis seul mais je t'aperçois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Me murmure murmure tout bas
{refrain:}
Une valse à trois temps
Qui s'offre encore le temps
Qui s'offre encore le temps
De s'offrir des détours
Du côté de l' amour
Comme c'est charmant
Une valse à quatre temps
C'est beaucoup moins dansant
C'est beaucoup moins dansant
Mais tout aussi charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à quatre temps
Une valse à vingt ans
C'est beaucoup plus troublant
C'est beaucoup plus troublant
Mais beaucoup plus charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à vingt ans
Une valse à cent temps
Une valse à cent ans
Une valse ça s'entend
A chaque carrefour
Dans Paris que l'amour
Rafraîchit au printemps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse a mis le temps
De patienter vingt ans
Pour que tu aies vingt ans
Et pour que j'aie vingt ans
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Offre seule aux amants
Trois cent trente-trois fois le temps
De bâtir un roman
Au deuxième temps de la valse
On est deux tu es dans mes bras
Au deuxième temps de la valse
Nous comptons tous les deux une deux trois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Nous fredonne fredonne déjà
{refrain}
Au troisième temps de la valse
Nous valsons enfin tous les trois
Au troisième temps de la valse
Il y a toi y a l'amour et y a moi
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Laisse enfin éclater sa joie.

Jacques Brel

21 junho 2006

És Tio do Sol




A vida é feita de nadas
De grandes serras paradas
À espera de movimento;

De searas onduladas pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;

De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

Miguel Torga

20 junho 2006

Feet Back



Muito simplisticamente tudo o que implica movimento leva-me, invariavelmente, à dança. Ritmos moderados, giros, existenciais, coordenados sempre por um pulsar interior a que raramente me dediquei mas que me sinto endémico. Indolentemente enbalo-me - se me sinto em baixo, rocko-me - se frenética, balanço-me - se pensativa. Bailo-me. Muito. Sempre.

Ás vezes sinto-me bailada também. E não propriamente numa coordenação motora ou entrosada de pares, com melodias, ritmos e sons harmónicos mas como que uma comichão compassada de neurónios em ebulição que me transportam não só o sangue mas o meu Eu.

O pulsar cadenciado de mim ultrapassa-me em raciocínios.
E bailo-me ... frenética, energética, patéticamente esfomeada.
Bailem Sempre Muito

14 junho 2006

Pamukkale



Há quem o tenha procurado num pássaro, é feito de pássaros; há quem o tenha procurado numa palavra ou nas letras dessa palavra; há quem o tenha procurado, e o procure, num livro anterior ao arábico em que foi escrito, e anterior ainda a todas as coisas; há quem o procure na frase Sou O Que Sou. (...)

Conjectura-se que o seu sangue lateja no teu sangue, que todos os seres o engendram e foram engendrados por ele e que basta inventar uma clepsidra para medir a sua eternidade.

Espreita nos crepúsculos de Turner, no olhar de uma mulher, na antiga cadência do hexâmetro, na ignorante aurora, na lua do horizonte ou da metáfora. Foge-nos de segundo a segundo. A frase do romano gasta-se, as noites roem o mármore.

“Os Conjurados" - A vasta procura - de Jorge Luis Borges – 1985

Necessária, sempre, a procura, mesmo e por força de não saber o quê.

Pamu ?!?

kale prubléma di nôs humánu ?!?

Inçatisfaçón .

Seria a cidade das heras ?

Eram horas.

Tango e Ad Miró ...



..., sim, admiro Pacheco Pereira. Pela limpidez de racíocinio, pela exactidão do discurso e pela pontaria nos meus sentires Portugal, mundo galáctico de mal disentes e resolvidos.

Ler-lhe os artigos lavam-me a alma de pensamentos menos agradáveis de mim do parceiro do vizinho do colega das lagartixas e dos jacarés.

E tenho, por vezes, feito o acto de contricção logo e após beber o mar n(d)as letras que este Senhor partilha-nos; com uma sofreguidão, que, confesso, não é normal.
Mas ter alguém que ainda sabe e consegue ser isento e analítico sem perder o humor e a criatividade, é Obra neste emaranhado de miserabilísmo e tanguímo.

E sei que sabe dançar o Tango E como sabes que sabe Não sei ...
Mas aposto um tremoço, com ou sem bujeka, em como sabe.

Bom Dia! diria ele, Bom Dia! responde todo mundo que o lê.

12 junho 2006

Man, Je Rico ...




... uma consulta dulgência ou um KGB pa vê se acintava, precisava eu … diz ela. Pois é! uma semana de feriados, raiados de uns afazeres profissionais, não dá lá muito jeito, não !

Para esquecer dançou-se a noite toda num soalho de nuvens com o tecto aberto ás estrelas ao som de cascatas infernais e com o ar puro do fogareiro que o ucraniano insistia em acender.

Dizem-me, agora, que os kgb’s se tomam na altura, para não se estenderem no futuro. Eu nem em altura nem em cumprimento do dever. Ora batatas! consultas, essas, as de urgência, só para a próxima semana de feriados, que calha em 2027.

E foi quando, desliguei a consola e fui para a cama pois o sono atormentava-me.

Bom dia !!! Santinhos, todos. Que me valham me guardem me resguardem me rebolem me inspirem me cuidem me separem me juntem me amantizem me casem me besutem me me me …. já que não me cuido. António João Paulo Vicente José Carolino arroz com batatas, TODOS!

06 junho 2006

Dançá mámi criola ...


… Colá nami
cima pignatari ta brinca cu létra,
brinca nami …


“Submeto imagens, ritmos, sons aos grilhões da linguagem lógico - discursiva. O que tinha forma, cor, movimento cai na inércia do discurso linear. Como, entretanto, congregar códigos fora da operacionalidade do código central? ... É verdade, o futebol interessa como guerra, como dança.” Donaldo Schüler
http://www.shulers.com/donaldo/estrelas.htm

um movi mento compondo além da nuvem um campo de combate
mira gem ira de um horizonte puro num mo mento vivo
Décio Pignatari -1956