Gatabaia

"Se procurarmos a verdadeira fonte da dança e nos virarmos para a Natureza verificamos que a dança do futuro é a dança do passado, a dança da eternidade, que sempre foi e será a mesma." Isadora Duncan (1878-1927)

20 abril 2007

Trincas


Livros. Fico contente por ver que os formatos obsoletos de os tratar divulgar e dar a conhecer estão em transformação. Era quase obrigação, sem emoção. Quais os livros da tua vida. Como lês? Onde? Ele há com cada pergunta à volta dos escritos. Há ainda a forma como os compramos livros. Por ouvir falar, por serem clássicos e enfeitarem o ego da ‘nossa’ estante, estarem em voga, intelectuais, técnicos, comprei um periquito e quero saber se lhe der banho se não se constipa, mas há pior como eu que não consigo fazer um portfólio da minha relação com os livros. Olhá-los só. Gosto. As vezes que me passeei nos corredores de livrarias sem sequer tocar um, apreciar a forma como os dispõem e às vezes maltratam, acariciar as cores e grafismos, capas, respirar seus cheiros espreitar sinopses. Mas se lhes toco desgraço-me. Género literário preferido? Não tenho … se calhar a poesia despe-me e gosto. Serei lírica Sr. Doutor? Começar muitos e só acabar dias, meses ou nem sequer tornar a tocar neles nem para os arrumar. Andar obcecadamente à procura de um livro do qual nem me recorda o nome a capa o tipo de letra o autor o título … só aquele pormenor que procuro desesperada. Ler o mesmo vezes sem conta ao longo dos anos … serão esses os livros da minha vida? E os que nunca li e se candidatam a livros da minha vida? De qualquer forma o meu estímulo está na compreensão que faço dele enquanto emoção, dos pensamentos, sentimentos e que podem ou não levar-me à reflexão. A influência que os personagens espaço e tempo me causam naquele exacto tempo. A forma como processo a fonética no meu consciente. Acho que essencialmente é o que me prende num escrito. Escritas estritas .

Restritas mantenhas