Gatabaia

"Se procurarmos a verdadeira fonte da dança e nos virarmos para a Natureza verificamos que a dança do futuro é a dança do passado, a dança da eternidade, que sempre foi e será a mesma." Isadora Duncan (1878-1927)

05 julho 2006

In Depende da ânsia


Tudo é relativo … dizem. Quem? Todos. Mas não deixo de concordar que tudo é relativo na vida e na morte, na tempestade e na abundância, na tristeza e na felicidade, e cabe cá tudo! Acho, sim, que depende é da ânsia com que se vivem as coisas, com que se relativizam, ou não, as coisas. Tenho tido muitas felicidades em infelicidades alheias e vice versa. Faz parte, dirão. Concordo.

Lembro-me da minha infelicidade na felicidade de um dia ver um País, que digo meu, ter uma Constituição, um Hino e uma Bandeira, próprias.

Do meu desespero por ter sido arrancada de ‘nha terra’ para uma outra onde supostamente só se passavam férias.

Do meu desespero por não ser voz activa num assunto de foro familiar.

Do meu desespero por trazer uma mãe 'pa môrrê longe’.

Do meu desespero por sentir ser ‘persona non grata’ lá e cá.

Lá, politicamente seria correcto, à época, haver uma única corrente de pensamento e ninguém ousasse contradizer. Cá, era politicamente incorrecto demonstrar, abertamente, uma animosidade e superioridade civilizacional. E convivemos todos. E sobrevivemos todos. Volvidos 31 anos muito pouco mudou nas nossas mentalidades. Mentalidade. A Idade mental da humanidade ultrapassará os dez anos? E terá tendência a crescer a longevidade da idade mental da humanidade? E seremos sempre assim tão egoístas. E teremos sempre umbigo? para nos deliciarmos a olhar para ele?

E mantive esta ânsia de dançar sempre e muito. E vivo a minha terra com os pés descalços sempre que podem transpirados e sedentos de ritmos todos que os façam vibrar e apartar de tudo o que não seja Eu. Fala o egoísmo!